Oyeku torna-se senhor da noite
Ìfá nos ensina aqui que no começo da criação,
As Divindades se reuniam a cada cinco dias,
A fim de definir como as coisas deveriam ser no àiyé.
Numa dessas reuniões Oyeku pediu a palavra;
Ele disse que demonstraria seu poder,
Fazendo um animal morto ser mais importante que um animal vivo.
Os presentes disseram que aquilo era impossível;
Olófin disse que se na próxima reunião Oyeku provasse seu ponto,
Ele lhe concederia um pedido especial.
Depois que eles partiram,
Oyeku foi ao mercado e comprou um cabrito.
Ele pôs uma corda em seu pescoço,
E saiu arrastando o animal pela cidade.
Por não querer ser arrastado, o cabrito chorava e reclamava.
Quando Oyeku chegou em casa,
Imolou o animal e pôs sua pele para secar.
Depois ele preparou um pequeno atabaque,
E sobre a e pele esticada passou Ose dúdú,
Feito com a carne já em decomposição do cabrito.
Sim! Esse é o tambor de Oyeku Meji,
Cujo som nenhuma Àje consegue suportar e foge.
Nos dias seguintes ele saía pela cidade tocando seu tambor;
Oyeku fazia um grande barulho;
Quando finalmente chegou o quinto dia,
As divindades mais uma vez se reuniram.
Eles disseram que era a hora de Oyeku provar sua tese.
Ele disse, “Quando eu passeei com um cabrito pela cidade”;
Ele disse, “Quem de vocês o ouviu chorar e reclamar”?
Alguns responderam que ouviram e outros disseram que não.
Ele disse, “Depois quando eu toquei o tambor, quem de vocês não ouviu”?
Ah! Todos tinham ouvido o tambor.
Eles perceberam que morto, o cabrito chamou mais a atenção de quando vivo.
Foi aí que Olófin deu a Oyeku o oyè de senhor da noite.